Telepatia
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A palavra telepatia, segundo o dicionário Houaiss, da editora Objetiva, significa “Comunicação direta e a distância entre duas mentes, ou conhecimento, por alguém, dos processos mentais de outrem, além dos limites da percepção ordinária.”

Assim, já pela própria definição do dicionário moderno, vemos que a telepatia não envolve diretamente órgãos do corpo físico. Portanto, não é um sentido físico e não envolve nenhum dos cinco órgãos dos sentidos conhecidos.

Esta palavra vem dos termos gregos “tele” (distância) e “patheia” (sentir ou sentimento).

Por isso, todas as palavras iniciadas por “tele”, como telégrafo, telegrama, telenovela, telespectador, telecinesia, telecomunicação, telefone, teleconferência, etc. indicam transmissão a distância.

Nem sempre a distância de uma transmissão é grande, podendo se dar no mesmo prédio, por exemplo, através de telefone celular, aparelho de rádio portátil, ou por telepatia, sem uso de aparelhos. No entanto, também pode haver qualquer tipo de transmissão de longa distância, como aquela enviada pelos astronautas da Apolo 11, em julho de 1969, da Lua. Há quem sustente que a NASA fez tentativa de transmissão telepática entre um dos astronautas da Apolo 11 e um telepata treinado que estava na Terra.

É bom lembrar que no tempo de Allan Kardec, que publicou O Livro dos Espíritos em 1857, a palavra telepatia ainda não existia.

Nesta obra fala-se em transmissão oculta do pensamento, o que não envolve os órgãos do corpo físico. Isso é o mesmo que telepatia! Transmitir pensamentos, palavras, ideias, imagens, etc., é telepatia.

Ressalte-se que, segundo a classificação kardequiana, quando a transmissão é puramente de imagens é chamada de clarividência. Porém, na telepatia, muitas vezes, os pensamentos estão recheados de imagens, o que não a descaracteriza.

A parapsicologia popularizou a expressão telepatia.

Hoje, a telepatia é reconhecida por muitos cientistas, e muitas experiências foram feitas antes de haver tal reconhecimento.

A antiga União Soviética (URSS), na década de 1970, já realizava inúmeras experiências com a telepatia, além de outras faculdades paranormais, conforme se pode ler na obra Experiências Psíquicas Além da Cortina de Ferro, livro que li quando tinha 17 anos.

Quando estava lendo essa obra, e ainda não era espírita, nem conhecia Allan Kardec, fiz uma experiência telepática que parece ter sido bem-sucedida, se não foi uma enorme coincidência.

Estudava, na época, no Colégio Militar de Salvador. Haveria uma prova de matemática, e eu não havia estudado nada, pois estava lendo o livro sobre as experiências psíquicas soviéticas, o que naquele momento era mais atraente para mim, que estava despertando para esses temas de paranormalidade.

Então, resolvi tentar fazer uma experiência. Concentrei-me firmemente no professor de matemática, e mandava uma mensagem clara, e repetitiva, que era para ele não aplicar a prova no dia seguinte. Para minha surpresa, ele de fato não aplicou a prova, o que não era de se esperar. Ele não ficou doente, nem sofreu qualquer acidente! Eu não havia pensado em doença, nem em acidente! Apenas dizia para ele não aplicar a prova, e nada mais.

Ele não disse o motivo de não aplicar a prova e a razão de adiar a sua aplicação. Assim, nunca soube com certeza se foi a minha influência mental mesmo ou apenas uma grande coincidência.

Espero que os jovens que estão lendo este texto não tentem uma experiência semelhante! Fazer mau uso da telepatia, como de qualquer outra faculdade paranormal ou mediunidade, pode causar danos a pessoas, e isso gera responsabilidade kármica, e se causar prejuízo aos outros vai acabar respondendo perante o tribunal da própria consciência, além de responder perante a Lei de Causa e Efeito.

Se acreditamos em sobrevivência da alma, do espírito, após a morte do corpo de carne, temos que reconhecer que o espírito se comunica, tanto com outros espíritos desencarnados quanto com encarnados, como nós. Os espíritos se comunicam entre si telepaticamente, ou seja, eles transmitem o pensamento, seja para outros espíritos, seja para os encarnados. As pessoas mais sensíveis – as sensitivas – captam e podem retransmitir os pensamentos dos espíritos desencarnados ao fazerem palestras ou escrevendo livros e textos, como acontece comigo.

 

Telepatia com espíritos

Conforme a classificação  proposta em O Livro dos Médiuns, quando falo em palestras, retransmitindo as ideias de outras mentes, desencarnadas, estou agindo como médium de inspiração, e quando escrevo ajo como médium de psicografia intuitiva, o que difere do médium de psicografia mecânica.

No fundo, os fenômenos se diferem unicamente porque enquanto em um o médium fala, no outro ele escreve. No entanto, em ambos os fenômenos que descrevi, o médium está captando o pensamento dos espíritos, e isso é telepatia, entre desencarnado, que transmite, e encarnado, que recebe a transmissão telepática.

Na maioria dos casos de obsessão, o meio empregado por um espírito desencarnado para influenciar um encarnado é o telepático. Nessas obsessões, o espírito transmite de forma insistente seus pensamentos, suas ideias, além de imagens, com vistas a prejudicar o encarnado, como, por exemplo, tentar levar um encarnado a cometer suicídio.

A hipnose feita por desencarnados nos processos de obsessão se realiza por meio da telepatia, da transmissão do pensamento repetitivo, que é a base da hipnose.

A telepatia, em verdade, é a base de toda a influência espiritual nociva, gênero da qual a obsessão é espécie.  

Entre encarnados

Mais propriamente falando, e levando em conta o conceito mais terreno e científico, a telepatia se dá entre duas pessoas encarnadas. Nesse caso, uma pessoa transmite a ideia, o pensamento ou a imagem, e a outra capta, recebe.

Quem transmite é chamado de transmissor ou emissor, e quem recebe é chamado de receptor.

Todo mundo transmite pensamentos. Basta pensar em alguém firmemente, de forma concentrada, para enviar-lhe o pensamento, a ideia, a imagem. Todavia, captar é outra história. Nem todos têm a capacidade de captação telepática. Falo de captação telepática de forma constante, sistemática, não meramente eventual e sem controle algum do fenômeno.

É muito comum pessoas afins, amigas, em sintonia, falarem frases ao mesmo tempo, como no filme nacional Se Eu Fosse Você. Isso acontece porque nós pensamos antes de falar. Com isso, enquanto pensamos, e antes de falarmos, antes de verbalizarmos o pensamento, a outra pessoa capta nosso pensamento e, então, fala o mesmo. Isso é pura telepatia. E isso é comum. 

Já existiram telepatas treinados em laboratórios ao redor do mundo. Os Estados Unidos e a União Soviética já tiveram grupos especiais de paranormais durante o tempo da chamada Guerra Fria. 

Há muitas experiências telepáticas eventuais entre pessoas comuns. Já tive inúmeras experiências desse tipo.

Uma vez, por exemplo, estava em meu trabalho, na Justiça do Trabalho, fazendo audiências, e no intervalo entre duas delas lembrei-me de minha esposa. Pensei em convidá-la para irmos ao cinema, de noite. Mas não liguei de imediato, pois ainda tinha audiências para fazer.

Quando ia retornando para a sala de audiências, o telefone tocou. Era ela me convidando para irmos ao cinema de noite.  Foi uma questão de dois ou três minutos entre eu pensar nisso e ela me ligar com a mesma ideia.

Disse-lhe, então, que estávamos afinados, em harmonia e sintonia, como antigamente, e um estava captando o pensamento do outro. Isso acontece quando um casal está muito harmonizado, integrado e em sintonia!

Quantas vezes pensamos firmemente em alguém, pensamos em ligar e não ligamos, e a outra pessoa logo em seguida nos liga? O que dizemos em tais situações? “Puxa, que coincidência, estava pensando em você agora mesmo!”

Isso é transmissão de pensamento! Um transmite e o outro capta! É mais comum do que imaginamos, porém nem sempre nos damos conta disso!

Na verdade, a humanidade está desenvolvendo lentamente, e de forma sutil, a capacidade de captação do pensamento!

No futuro distante, todos os humanos encarnados terão a capacidade telepática bem desenvolvida! Como espíritos já possuímos essa faculdade! Falta desenvolver mais o cérebro para que tenhamos um receptor melhor. Quando saímos do corpo, durante o sono, ou através de relaxamento físico, na chamada projeção astral, podemos nos comunicar telepaticamente com os espíritos desencarnados, bem como com encarnados igualmente fora do corpo, projetados.

Muitas vezes estou meio sonolento, já me desligando do corpo, mas não totalmente ainda, e ouço em minha mente a voz de um espírito falando comigo. Isso é telepatia.

Já ouvi, também, estando meio sonolento, a voz de minha mãe, dentro de minha mente, como se tivesse um telefone interno, e ela estava em outro Estado muito distante. Telepatia. Mas meramente eventual.

A telepatia é um dom natural, e é maravilhosa!

Quem a desenvolve deve ter em mente a responsabilidade na sua utilização, como acontece em relação a qualquer outro dom, anímico ou mediúnico!

A má utilização desse dom pode trazer consequências trágicas! O bom uso, por outro lado, pode ser uma grande ferramenta de auxílio, de caridade, de socorro aos que sofrem! Telepatia com responsabilidade.


Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo.
Ao reproduzir o texto, citar o autor e a fonte.

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