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Detalhes: Categoria pai: Artigos Categoria: Viagem Astral | Acessos: 18030

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Aconteceu ontem à noite, mas poderia ter sido na noite anterior ou em qualquer outra noite.

Após um acidente entre dois carros numa estrada fora da cidade, testemunhas viram um corpo de um homem ser levado por uma ambulância; mas o que eles não perceberam, era que o homem real, na verdade, ainda estava lá, preso na fuselagem do carro destruido, agarrado à idéia de ainda ter um corpo.

 

Seu cadáver se fora com a ambulância, mas sua alma ou espírito (ou qualquer outro nome que você queira dar para a consciência que anima o corpo físico) ficara no local, viva, mesmo após a morte do corpo, quer ele acreditasse ou não. Esse homem, que vou chamar de Sr. X, nunca acreditou que poderia existir qualquer tipo de vida após a morte, mas lá estava ele apavorado, ignorando com todas as forças que tinha morrido.

Para sorte dele, um sujeito apareceu por ali e podia vê-lo, apesar do Sr. X não conseguir enxergá-lo. Esse sujeito era seu amigo de outras estações, e já há tempos era também o seu Amparador extrafísico (benfeitor espiritual, anjo da guarda, ou qualquer outro nome que você queira dar para essa galera extrafísica que fica nos bastidores do "outro lado da vida", amparando, cuidando e torcendo pela gente). Ele sabia que o Sr. X não conseguiria perceber sua presença, nem poderia ouvi-lo, afinal eles possuíam diferentes vibrações energéticas, e o Sr. X naquele momento só via, ouvia e sentia o que ele queria, o que tornava o auxílio espiritual um tanto difícil.

Voando dali (sim, ele não tinha asas, mas podia voar), ele começou a procurar por alguém que pudesse lhe dar uma mãozinha naquele trabalho, e sabia, por sintonia, que havia projetores naquela área (sujeitos encarnados que também brincam de anjos quando estão dormindo) dispostos a ajudar. Por isso, não tardou para encontrar a casa de João, mas o rapaz tinha comido tanto antes de dormir, que o seu corpo astral parecia mais um iô-iô saindo e voltando para o corpo, agarrado pelo chacra umbilical, que trabalhava a todo vapor com o sistema digestivo.
Tentou a casa de Maria, na mesma rua, mas ela ainda estava acordada, sem ter conseguido dormir, porque brigara de novo com o namorado por ciúmes.
O último da lista era alguém que o Amparador não queria chamar a princípio, mas devido às circunstâncias e à falta de mão-de-obra, não havia outra forma. Esse projetor era parente do Sr. X e nem desconfiava que alguém da sua família acabara de desencarnar. Ao chegar ao local, o projetor se preparou para o trabalho e deixou que o Amparador o guiasse naquilo que ele precisava fazer. Rapidamente começou a canalizar energias que transmitissem calma e harmonia e foi enviando-as ao estranho que lhe parecia familiar; porém, ele deixou a sensação de familiaridade de lado e concentrou-se no trabalho que começava a fazer efeito. Aquela energia serena e amorosa foi acalmando o Sr. X, de tal forma, que suas vibrações foram ficando cada vez mais compatíveis com as vibrações da equipe de resgate extrafísica, que já estava a postos para levá-lo daquele lugar.

O resgate foi rápido e tão logo o trabalho havia terminado, o projetor foi voltando para o corpo, e finalmente acordou sem se lembrar do que tinha ocorrido. Mas ele sentira uma sensação de conforto tão grande, que, pela manhã, a notícia da morte do seu tio, que vinha visitá-lo, não o abalara tanto. Era como se a noite de sono o tivesse preparado para aquele notícia, aquela perda que deixara sua família em choque. Mesmo diante da tristeza de não ter mais o Sr. X (um dos seus tios preferidos) à vista, ele sabia que ninguém morria, apenas entrava e saia de corpos por vidas sucessivas. Por intuição, ele sabia também, que seu tio tinha sido amparado e assistido; mas o que não sabia era que ele mesmo tinha ajudado o tio. Ele tinha sido o intermediário entre dois planos, ajudando o Sr. X a passar para o "lado de lá".

Quanto ao outro anjo (aquele Amparador do começo da estória), ele continua a voar por aí, ajudando outras pessoas a entender que a vida continua depois da morte; por vezes, usando suas próprias asas, outras vezes com a ajuda de asas projetadas.

Esse texto é apenas uma homenagem a essa legião de anjos que acompanham quem vai e quem fica, tanto na dor da noite escura da morte do corpo físico, quanto no dia claro do despertar da consciência para a vida além da morte.


Publicado na Revista Cristã de Espiritismo - ed. 32. Ao utilizar o texto, favor citar o autor e a fonte.